Apesar de não arriscar dizer quando haverá um novo ciclo de alta das bolsas, a estrategista e coordenadora de Análise de Investimento da corretora Fator, Lika Takahashi, acredita que o mercado acionário apresenta hoje ótimas oportunidades aos investidores. "A questão é saber procurar. Se analisarmos com cuidado, vamos encontrar papéis extremamente baratos. Daqui uns cinco anos, as ações podem se tornar imbatíveis em rendimentos", ressalta.
Na quarta-feira (17/12), a Fator lançou seu book anual, no qual aponta perspectivas e estratégias para o próximo ano. Nele, Lika estima o Ibovespa aos 51.000 pontos ao final de 2009 e destaca os setores de energia elétrica, grandes bancos, telecomunicações, educação, bebidas e fumo como os mais atraentes da Bolsa. "Atualmente, quanto mais os investidores vêem caixa, mais ficam felizes. Este é o momento de reconhecer o mérito e pagar prêmio para as empresas que têm grande previsibilidade de geração de caixa, situação financeira saudável e prudência para pôr o pé no freio no crescimento das vendas para administrar a necessidade de capital de giro, ou no programa de investimentos para não aumentar seu endividamento", diz. Veja abaixo a avaliação da Fator para cada setor:
Energia: o setor se destaca pelos fluxos de caixas previsíveis e altos dividendos. As ações da Cesp, para a Fator, estão muito subavaliadas, enquanto as da AES Tietê têm os melhores dividendos.
Bancos grandes: o enxugamento do crédito e as pressões sobre as margens das instituições financeiras não reduziram a atratividade das ações. A expectativa é de que os bancos mantenham a rentabilidade em 2009. Com a fusão de Itaú e Unibanco e de Banco do Brasil e Nossa Caixa fica a dúvida sobre qual será a resposta do Bradesco. Para a Fator, os melhores papéis do setor atualmente são Itaúsa e Banco do Brasil.
Telecomunicações: o desempenho do setor deve ser influenciado por novas operações de fusões e aquisições. No segmento de telefonia móvel, a expectativa é de que as empresas troquem a estratégia de crescimento para rentabilidade. Já a telefonia fixa conta com consistência de resultados. As apostas para o setor são: Telesp, Oi e Vivo.
Bebidas e fumo: a corretora espera que as vendas destes segmentos sejam menos afetadas que as dos outros bens de consumo. Além disso, a queda nos preços das commodities também deve beneficiar as empresas. AmBev e Souza Cruz são as indicações do setor.
Educação: a Fator acredita que as empresas de educação listadas na Bovespa podem sair fortalecidas da crise. "Elas estão capitalizadas para fazer compras talvez a preços mais convidativos", diz Lika. A Anhanguera, na avaliação da estrategista, é a melhor empresa do setor.
As melhores ações para 2009 na avaliação da Fator |
Large Caps |
Empresa | Ação | Preço atual (R$)* | Preço-alvo (R$) | Potencial de alta (%) |
Itaúsa | ITSA4 | 8,93 | 11,95 | 33,82 |
Weg | WEGE3 | 11,57 | 14,10 | 21,87 |
ALL | ALLL11 | 10,17 | 17,00 | 67,16 |
Redecard | RDCD3 | 24,56 | 29,30 | 19,30 |
Petrobras | PETR4 | 23,80 | 24,61 | 3,40 |
Vale do Rio Doce | VALE5 | 25,93 | 28,90 | 11,45 |
Cesp | CESP6 | 14,50 | 27,00 | 86,21 |
Ambev | AMBV4 | 110,90 | 137,00 | 23,53 |
Telesp | TLPP4 | 48,23 | 65,70 | 36,22 |
AES Tietê | GETI4 | 14,90 | 21,00 | 40,94 |
Banco do Brasil | BBAS3 | 15,65 | 20,08 | 28,31 |
Vivo | VIVO4 | 33,70 | 42,63 | 26,50 |
Telemar / Oi | TNLP3 | 41,50 | 51,13 | 23,20 |
Small Caps |
Empresa | Ação | Preço atual (R$)* | Preço-alvo (R$) | Potencial de alta (%) |
Log-In | LOGN3 | 4,90 | 9,00 | 83,67 |
Contax | CTAX4 | 41,99 | 58,22 | 38,65 |
Anhanguera | AEDU11 | 13,30 | 25,50 | 91,73 |
ABNote | ABNB3 | 9,90 | 19,50 | 96,97 |
Localiza | RENT3 | 7,25 | 10,25 | 41,38 |
UOL | UOLL4 | 7,20 | 10,78 | 49,72 |
Estácio | ESTC3 | 11,00 | 25,00 | 127,27 |
Medial Saúde | MEDI3 | 6,48 | 9,60 | 48,15 |
SulAmérica | SULA11 | 17,00 | 27,30 | 60,59 |
Fosfertil | FFTL4 | 10,41 | 15,68 | 50,62 |
Totvs | TOTS3 | 36,05 | 58,68 | 62,77 |
Idéiasnet | IDNT3 | 2,21 | 5,45 | 146,61 |
Bic Banco | BICB4 | 2,50 | 5,51 | 120,40 |
Dividendos |
Empresa | Ação | Preço atual (R$)* | Preço-alvo (R$) | Potencial de alta (%) |
Telesp | TLPP4 | 48,23 | 65,70 | 36,22 |
AES Tietê | GETI4 | 14,90 | 21,00 | 40,94 |
Comgás | CGAS5 | 35,70 | 44,41 | 24,40 |
Souza Cruz | CRUZ3 | 47,00 | 52,21 | 11,09 |
*Cotação de 16 de dezembro Fonte: Fator |
Onde não investir
Commodities: as ações do setor podem sofrer com um possível prolongamento da desaceleração econômica. Além disso, há chances de a China anunciar dados negativos no curto prazo.
Biocombustíveis: com preços baixos, dificuldades operacionais e restrições de capital, não há boas perspectivas para o setor nos próximos meses.
Construção civil: o aumento nos juros e nos custos de produção, aliado à maior dificuldade de crédito, prejudicou significativamente os negócios no setor. Para 2009, a Fator projeta queda de juros e redução nos custos, mas o crédito deve continuar escasso e caro, limitando o crescimento das empresas. Além disso, o desemprego e a menor confiança por parte dos consumidores também devem impactar nas vendas.
Bancos pequenos: a crise freou a expansão do crédito e reduziu as margens de lucro, dado o aumento no custo de captação. Com isso, a expectativa é de que os pequenos bancos tenham resultados menores que os dos grandes.
Transporte aéreo: a queda do preço do petróleo beneficia as companhias aéreas, mas a desaceleração econômica e o aumento da competição com a entrada da Azul no mercado e a escassez de crédito para aumento e renovação de frota devem proporcionar um ano bastante difícil para o setor.
Consumo: a desaceleração econômica deve punir principalmente as empresas de varejo que apresentam alto valor médio de vendas e grande dependência de crédito
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